Exportações de sucata ferrosa crescem 61% em maio
- Pedro Camargo
- 23 de jun.
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São Paulo, 12 de junho de 2025 – As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na fabricaçãode aço, voltaram a aumentar em maio, ao alcançar 86.425 toneladas, expansão de 61,6% emcomparação ao mesmo mês de 2024, com 53.472 toneladas. Houve também crescimento de 26,2% sobreabril deste ano, com volume de 68.492 toneladas.
De janeiro a maio, as exportações atingiram 333.502 toneladas, 20,7% acima de igual período de2024, com 276.204 toneladas, conforme dados divulgados pelo Ministério da Economia, Secex.
Esse crescimento das vendas externas de sucata refere-se apenas aos volumes excedentes nãoconsumidos internamente e se deve a alguns fatores principais, conforme o Instituto Nacional deReciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,5 mil empresas recicladoras quepraticam a economia circular, reinserindo insumos no ciclo da reciclagem para transformação.
“O aumento da importação de aço, de países como China, India, Egito e Turquia, aliada asdificuldades de exportação para os EUA, com as tarifas impostas pelo governo Trump, vemdesestabilizando todo o ciclo da transformação, com forte redução da produção interna dasusinas siderúrgicas e, consequentemente, queda na demanda por sucata ferrosa”, disse ClineuAlvarenga, presidente do Inesfa. Com o agravante, segundo ele, de o aço importado, principalmenteda China, ser mais poluente, trazendo prejuízos ao meio ambiente.
Essa situação, além de prejudicar as empresas de reciclagem e a indústria do aço no Brasil, temimpactado fortemente o elo mais vulnerável desse ciclo, os catadores (mais de 1 milhão no país),que fizeram dessa atividade a fonte de trabalho e renda para garantir o sustento e estão tendo seusganhos achatados diariamente, conforme o Inesfa.
“Somos a favor do livre mercado, desde que as importações de produtos sejam limitadas e de paísesque trabalham para descarbonização, além de não terem parte da produção subsidiada peloEstado”, afirmou Alvarenga.
TRIBUTAÇÃO
Para tentar amenizar essa crise, o Inesfa continua empenhado no Senado Federal para aprovação doProjeto de Lei 1.800/2021, do deputado federal Domingos Sávio, que traz apensada a proposta dodeputado federal Vinicius de Carvalho, visando isentar recicladores e cooperativas de catadores dopagamento de PIS e Cofins na venda de materiais reciclados à indústria de transformação. “Essacobrança é bitributação na economia circular, que já paga o tributo em etapas anteriores, talcomo a indústria, e não deveria ser taxada novamente no momento da venda de materiais reciclados”,destacou o presidente do Inesfa.
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